Esse post é para você que está ficando com vontade de visitar o Jalapão, mas precisa de detalhes sobre como tudo funciona por lá. Acho que é uma boa detalhar a estrutura do pacote oferecido pela Korubo Expedições, empresa que proporcionou a realização da viagem de 10 Adventure Bloggers.
Sabemos que, por mais lindo que tudo seja, nem todo mundo se sente confortável num ambiente de completa imersão com a natureza. Então vamos colocar os pingos nos is e revelar como é o dia-a-dia, com suas dificuldades e confortos. Sem afagos, sem meias palavras.
Como Contratar o Pacote da Korubo
Em primeiro lugar, não dá para chegar ou sair do Jalapão no dia em que você quiser. Vocês vão entender melhor ao longo do texto os motivos, mas por enquanto acreditem: a coisa só é viável se todos chegarem e saírem juntos, fazendo todas as atividades em grupo.
O turista deve providenciar o aéreo até Palmas, capital do Tocantins. E chegar numa sexta-feira na cidade. A Korubo oferece traslado cortesia do Aeroporto ao hotel base na cidade de Palmas, basta informar os números do voos.
No sábado bem cedo, todo o grupo parte para Jalapão, retornando apenas na quarta-feira à noite para Palmas. Você pode programar seu voo de volta para a quinta-feira ou aproveitar para dar uma esticada e conhecer algumas atrações da cidade.
As saídas são semanais garantidas com o mínimo de 4 pessoas, mas pelo que tenho visto no site deles, os passeios costumam ir lotados (24 até 30 pessoas) todas as semanas. Então é bom se programar e reservar com uma certa antecedência. Dá para acompanhar a agenda com as vagas e datas de saída no neste link.
Se gostou da ideia, você pode fazer contato ali mesmo e contratar o tour. Lá também estão os números de telefone caso fique ainda alguma dúvida.
Pernoites em Palmas
Serão duas pernoites na cidade de Palmas, já inclusos no pacote. A noite de sexta-feira, quando você chega ao Tocantins e a noite de quarta, ao final do passeio.
Pelo que entendi, a rotina é hosperdar-se no Hotel Pousada dos Girassóis, bem na praça principal da capital, com ar condicionado e um bom buffet de café da manhã. No caso do hotel estar lotado, eles te realocam em outro de mesma categoria.
Nós chegamos na cidade nos 45 do segundo tempo, nos últimos voos e fizemos o check-in no hotel ali pela 1:30h da manhã. Mesmo assim alguns amigos Adventure Bloggers estavam me esperando no saguão, já dando o tom da parceria que ficaria mais forte a cada dia, durante essa incrível viagem.
No dia de ir embora, lá fui eu no voo do meio-dia, sem tempo algum de conhecer Palmas, exceto por um passeio rápido pela praça dos Girassóis. A galera topou acordar cedo para tirarmos umas fotos juntos no calor de 30 graus (às 9 da manhã!). E querem saber? Fiquei com pena de não ter pego um dia a mais, porque o pessoal fez passeios muito legais pela cidade e arredores.
Praça dos Girassóis, em Palmas
Como a gente não teve tempo de aproveitar, leia aí o que os nossos brothers escreveram sobre a capital do Tocantins:
Explorando as belezas de Palmas – Viajando com Eles
Descubra Palmas e aproveite o calor da cidade – Dentro do Mochilão
Adventure Bloggers em Palmas/TO – Adventure Bloggers
Como são os deslocamentos?
Logo no primeiro dia, a meta é chegar no acampamento (o Safari Camp) da Korubo que fica a meros 300km de Palmas. No caminho, uma paradinha para almoço em Ponte Alta (de 1h – 1:30h no máximo) e outra paradinha rápida no Canyon da Suçuapara (post em breve!).
Parada para almoço em Ponte Alta
Vocês acreditam que saímos às 8:30h de Palmas e chegamos às 19:00h no acampamento?
As condições das estradas no Jalapão são simplesmente terríveis! Coisa para quem gosta de Rally mesmo! Por isso, a única maneira de chegar lá é com um veículo adaptado às adversidades, estruturado para aguentar o caminho de areia fofa.
Depois de chegar ao acampamento, a cada dia visitamos uma atração diferente, todas próximas. Só que 50km viram 2 horas fácil! Prepare-se para ficar algumas horas sacolejando durante seus dias.
Ar condicionado? Infelizmente não tem. A terra e a poeira tornariam inviável o uso dessa artimanha tecnológica. Então temos que ir com as janelas abertas, o que é suficiente para se refrescar no calor do cerrado. Honestamente, se tem um lugar onde não senti calor, foi a bordo do caminhão.
Mas o melhor, principalmente nos fins de tarde, quando dirigíamos contra o Sol, são as poltronas vip, no topo do veículo. Visão ampla, vento no cabelo, sensação de liberdade. O lugar era tão disputado que éramos obrigados a revezar a cada 20 minutos. Coisa triste era estar lá em cima no bem-bom e ouvir o Mauro (nosso guia) gritando “Trocou!”…
Autor desta foto: Guilherme Mainieri
Detalhe: água geladinha durante todo o caminho à vontade dentro do carro!!!
E como é a comida?
Pensei que ia emagrecer quando estivesse por lá, sem um supermercado, sem shopping, sem sorveteria… Todas as refeições a partir da saída do passeio estão a cargo da Korubo e, gente, é coisa para gordinho nenhum botar defeito.
No primeiro dia, durante a parada para almoço em Ponte Alta, comemos um buffet bem caseiro. Sabe aquela comida de mãe? Tinha até banana frita (adoro!). De tardezinha, quando pensamos que íamos ficar com fome antes do jantar, parada estratégica para mais um lanchinho com frutas naturais e suco geladinho.
Ficamos impressionados com isso. Tudo o que era para ser gelado estava trincando! E tudo que era para ser quente, estava sempre quentinho!
Refeitório
Lá no acampamento, a maior mordomia: além de água e suco à vontade, refrigerante, cerveja e caipirinha à venda! O café da manhã? Frutas, pão de queijo, bolos, frios, ovos mexidos, pãezinhos… Tudo o que o que teria num café de hotel comum, e talvez até mais (vitamina de abacate é coisa de Deus, gente #ficadica).
Depois de cada almoço e de cada jantar, sobremesa e cafezinho garantidos. E estão pensando que é pouca coisa? O nosso chef, o Nelson, mandava bem demais! Feijoada, peixe assado, opções vegetarianas SEMPRE… Capricho e talento de sobra!
Em alguns dias, a refeição era servida durante o passeio, para minimizar os deslocamentos. E nunca decepcionou! No dia da trilha, por exemplo, ganhamos tangerinas, maçãs e um pacotinho com castanhas (de caju, do Pará e amendoim).
Durante as paradas em Mateiros para visitar a cooperativa de artesãos e no dia de ir embora, em Ponte Alta, tivemos tempo também para comprar um sorvetinho regional e tomar um suco de frutas do cerrado. Adorei o suco de Buriti (mas nem todos gostaram) e descobri que lá também tem butiá (frutinha de uma palmeira, super comum no RS e SC)! Só que no cerrado, a fruta recebe o nome de murici.
Ou seja, fomos mimados, caloria por caloria! Não voltei mais gordo, felizmente, porque também gastamos muita energia nadando o dia inteiro, remando nos caiaques, e dançando em volta da fogueira e caminhando. Mas você que está com medo de passar fome quando visitar o Jalapão, relaxe. Será impossível.
E como é o Acampamento?
Vou dormir em barracas? Sim! Mas no Safari Camp da Korubo você vai encontrar AS barracas! No normal, elas são para duas pessoas, com duas camas de solteiro. Os preços do pacote, inclusive, supõem que você vá dividir seu espaço com mais alguém. É possível pedir para ficar sozinho, caso queira, acrescentando 50% ao preço normal.
Barracas normais
Para quem vai com a família, há duas barracas tamanho família (apelidadas por nós de barraca do líder – que, sabe-se lá porque, foram dadas aos guris e não às gurias, né Alexandre, Jorge, Maurício e Júnior?). Estas abrigam até 4 pessoas, pois têm uma cama de casal e duas de solteiro em cada.
Barracas para 4 pessoas
Vocês leram direito: CAMAS! Nada de colchonete ou dormir no chão!
Dentro de cada barraca, há um vaso sanitário, uma pia e prateleiras para se guardarem as malas e mochilas. Um sistema de zíperes permite abrir ou fechar a ventilação lateral. Para os medrosos, uma estrutura de madeira sustenta a coisa. Ou seja, não é preciso temer desabamentos em caso de chuva!
Autor desta foto: Mauricio Oliveira
O mais importante, entretanto, é lembrar de deixar o zíper da porta sempre fechado para não ter que compartilhar sua cama com os insetos durante a noite. Nós cumprimos a regra a risca e não tivemos um só mosquito nos importunando!
Para o banho, havia um vestiário com capacidade para 4 marmanjos tomando banho ao mesmo tempo. Não sei quantas cabines há do lado feminino, mas acho que há ainda mais. A água é aquecida por energia solar e dá para ajustar a temperatura na medida para o banho perfeito.
Autor desta foto: Mauricio Oliveira
Para as tardes quentes, o acampamento dispõe de um redário, pois o calor dentro das barracas é tanto que torna inviável aquela soneca depois do almoço.
O refeitório é o ponto de encontro do pessoal, onde carregávamos as baterias das câmeras, recebíamos as instruções para os passeios e, claro, fazíamos nossas refeições.
Áreas de Convivência dentro do Safari Camp
Visitar o Jalapão com a Korubo não é apenas conhecer diversas atrações turísticas. É também conviver em grupo em um ambiente de aventura e despreendimento. Como a oferta de eletricidade lá é muito limitada, as barracas são iluminadas por luzinhas de LED apenas para orientação, e tochas orientam o caminho pela noite escura. Leve lanterna!
Autor desta foto: Guilherme Mainieri
O resultado é aquele céu estrelado que só sabemos que existe quando vamos a um lugar como esse.
A praia do Rio Novo, onde ficávamos praticamente todo o tempo, permite banhos de dia ou de noite. A água é limpa, cristalina e segura. Talvez seja por isso que montaram um quiosque ali, nos convidando a passar todo o tempo livre à beira do rio juntos.
Em quase todos os dias, pegamos o nascer do Sol e da Lua, brincando com tripés, câmeras e lanternas.
Luar
Nascer do sol
Brincando com Luz
No último dia do acampamento, à beira da fogueira, ouvimos lendas e histórias, cantamos, dançamos e curtimos uma aventura que vai ficar para sempre na nossa memória.
Ops… E os mosquitos?
Bem… Tem muuuuuitos! E, olha, para quem tem sangue doce (parece que umas pessoas atraem mais mosquitos que outras), descobri que o único repelente que funciona mesmo é o Exposis Extreme. Boa sorte.
E veja nossos outros posts sobre essa viagem:
O que tem para conhecer no Jalapão
Como é o acampamento da Korubo
Dia 1
Canyon Sussuapara
Dia 2
Andando (e caindo) de Caiaque
Dunas Douradas
Dia 3
Fervedouros do Jalapão – águas onde é impossível afundar
Cachoeira da Formiga
Artesanato de Capim Dourado em Mateiros
Dia 4
Trilha na Serra do Espírito Santo ao Por do Sol
Dia 5
Cachoeira da Velha e Prainha
Dia 6
Praça dos Girassóis em Palmas – TO
Nosso compromisso com nossos leitores e por transparência estará assegurado durante todo o evento. Apesar do patrocínio para a viagem, teremos total liberdade de contar nossas experiências para vocês, independentemente se elas forem boas ou ruins. Sem essa garantia, não teríamos topado o desafio.
Perfeito passo a passo. Foi a foto brincando com a lanterna…
Foi legal, né? E acertamos de primeira! #sqn
a foto do Amor ficou linda!!!
É porque foi tudo em clima de muito amor! 🙂 <3
Tenho que me dar os créditos do M… Rsrsrsrs
kkkk Claro! Eu tentei até te marcar na foto do Facebook, mas não consegui. Vou até tentar lá de novo. M com louvor! A aluna que aprendeu mais rápido!
Nossa, adorei!
Tô cada vez mais afim de ir.
Só tô com medo dos mosquitos. Sou picada em casa, imagina num lugar desses!
Mas deve valer a pena!
Bem, eu até hoje ainda coço e muito. Mas isso não tira de forma alguma a graça da viagem…
Só você mesmo para captar meu sorriso iluminado, Gleiber. rs. Depois ainda vou ver como ficou o making of do light paiting, mas acho que ficou meio escuro. Abração, ótimo post!
Para vídeo, calculo que não dava para botar tempo de exposição em 5-6 segundos por frame, né? kkkkkk Mas o que vale é que nos divertimos muito. Né?
Aeeeeeeeeeeeee! Ficou TOP esse post tb! 😉
Eu fui um dos que não gostou do suco de buriti, hehehe
Adorei a foto do AMOR tb.
Virou um super fotógrafo já!
Parabéns viu 😀
Obrigado, Maurício. Tem umas horas que me dá uns bloqueios, que não consigo me inspirar. Mas quando estou no espírito, sai até umas coisas boas. Abração.
Que delícia de viagem!!!!! me deu uma vontade de conhecer o Jalapão… Saudade de vc.
Beijo grande
Bia
Oi Bia! Há quanto tempo!!! Também tenho muitas saudades! O Jalapão é incrível e viajar com mais outros blogueiros foi tão divertido quanto viajar no BlogTurFoz. Tu vê: até caiaque teve de novo! Beijão. Vi umas fotos lindas suas lá na Itália, a propósito.
Ei Gleiber,
Ótimo post! Resumiu bem como funciona o esquema do Jalapão. 🙂
Confesso que não lembro quantas cabines tinha no vestiário feminio. Chutaria 5 ou 6.
Curti a foto do amor. Ficou bem legal!
Beijos,
Lillian.
Olá Gleiber. Estivemos com a Korubo no Jalapão na “turma” de 09/11/2013. É tudo isso aí que vocês viveram. Maravilhoso. Valeu cada centavo. Lindo.Lindo.Lindo. Recomendo a todos que amam a natureza. Abraços e parabéns pela matéria. (Vale lembrar que a turma era composta por gente finíssima, como são aqueles que procuram este tipo de turismo). Conceição/Alfredo.
Oi Conceição, oi Alfredo. Que simpático de vocês virem aqui compartilhar a experiência de vocês conosco. Assim o pessoal pode ver que todos os meus elogios não foram exagerados, eheheheh. Eu nunca vou esquecer a experiência que vivi naqueles dias e pelo jeito, isso acontece com todo mundo, né? Obrigado pela visita!
Gostaria de saber valores dos pacotes.
E também saber se apenas 4 dias seria o suficiente para conhecer essas belezas dos Jalapão? Pelo que li acima um dia para ir e um dia para voltar, então sobrariam apenas 2 dias para conhecer tudo.
Obrigado
Aloizio
Oi Aloizio. São 5 dias distribuídos da seguinte maneira: Sábado saída de manhã de Palmas, chegando ao acampamento no fim da tarde e visitando algumas atrações no caminho. De domingo a terça a gente faz os passeios só no Jalapão mesmo. E no 5o dia (quarta-feira) a gente faz a viagem de volta, também visitando algumas outras atrações no caminho.
Veja nosso índice completo com todas elas. Acho que esses dias foram bem suficientes! http://andarilhosdomundo.com.br/destinos/brasil-2/tocantins-jalapao/
E sobre os preços do pacote, veja no site da Korubo (a operadora): http://www.jalapao.com/Roteiro.aspx
Estou indo na Páscoa com a Korubo ,o preço da cerveja e caipirinha no acampamento está dentro do normal?
Obrigada,
Ana
Oi Ana,
Sabe que eu não lembro o preço, mas ACHO que a caipirinha era R$ 5,00. E a cerveja eu não tomei, mas lembro que o refrigerante tinha um preço normal sim. Vou perguntar para os meus amigos, vamos ver se alguém se lembra…
Abração.
Ola Gleiber Rodrigues,
Primeiramente parabéns pelo trabalho de postar as sua viajem. Bem sobre Jalapão qual e o melhor época para conhecer?
abraço
Manoel
Oi Manoel, eu sempre acho bom não pegar chuva, ehehehe. Acho que a melhor época é ali por Maio / Junho, porque a seca ainda não pegou muito forte.
Abraços.
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