Até acho que não sou nenhum desastre andando de caiaque. Fui bem a maior parte do tempo, conseguia me manter em linha reta, jogava até água nos outros sem me desequilibrar! Mas ficou claro que tenho algum tipo de carma que me faz sempre perder muito dinheiro quando me meto nesse tipo de aventura. E o Jalapão provou isso, por A + B.
Apesar do prejuízo, esse foi o passeio que mais gostei durante os 6 dias que nós, os Adventure Bloggers, passamos no Jalapão (leste do estado do Tocantins). Afinal, cair dentro d’água num rio raso, com colete salva-vidas que te impedem de afundar e com aquele calor todo nem é tão ruim assim.
Mas vamos começar essa história bem do início…
O Rio Novo e o Acampamento da Korubo no Jalapão
Raiava o segundo dia da nossa aventura no Jalapão e todos acordamos cedo. No dia anterior, tínhamos passado praticamente o dia todo sacolejando durante o deslocamento desde Palmas até o acampamento (veja o post contando essa aventura aqui). Foi uma boa notícia saber que o passeio desta manhã sairia dali mesmo, da prainha do Rio Novo.
Já tínhamos experimentado aquelas águas na noite anterior, quando no escuro da noite, tomamos um banho inesquecível para refrescar do calor do cerrado. De dia aquelas águas era ainda mais convidativas, incrivelmente transparentes.
O Rio Novo é um dos últimos rios de água completamente potável do mundo. Num lugar tão ermo quanto o Jalapão, não tem nada que o polua, pelo menos por enquanto.
O pessoal da Korubo tinha levantado cedo e organizado o material para o passeio ali na prainha. Estava tudo pronto assim que terminamos o café da manhã: caiaques para todo mundo, capacete, coletes salva-vidas de vários tamanhos, remos…
Canoagem pelo Rio Novo (Caiaque)
Antes de começar a atividade, nada de bagunça. Instruções para todos sobre como manejar o caiaque, treinamento com os remos ainda em terra e dicas para sabermos como usar os sacos estanques para levarmos nossos pertences sem o risco de se molharem.
Naquela manhã que a cada minuto ficava mais quente, foi legal ver o colorido dos coletes e dos botes contrastando com as águas escuras e o céu incrivelmente azul. Vamos para a água?
Em minutos, todos estávamos navegando correnteza abaixo, numa suavidade que dava gosto. Alguns até comentaram: como é que alguém conseguiria virar o caiaque num lugar tão tranquilo?
Me avisaram que no capacetes tinham uns fiozinhos que serviam para prender os óculos escuros, para eles não caírem. Tive alguma dificuldade para amarrá-los e então desisti. Afinal, não ia ser necessário, não é mesmo?
Tentando um Stand-up Caiaque
Eu não me contento em fazer as coisas do jeito normal, né? O Mauro, nosso guia, logo no início inventou de ficar em pé em cima do caiaque. Um ou outro lá resolveram tentar imitar. Claro que eu era um deles.
A dica é relaxar as pernas. Para manter o equilíbrio, nossa tendência é contrair a musculatura e isso vai desestabilizando a “prancha”. Você se vê pendendo para a esquerda, se contrai todo, e logo já está caindo para a direita. Relaxe e você começa a flutuar, suave na nave…
Ou até os seus amigos se reunirem à sua volta para te fazerem levar um tombo! Tá… Rendeu boas risadas, a água estava uma delícia e até que achei fácil subir de volta. Alguém muito sedentário talvez tivesse alguma dificuldade, mas com aquele colete, você pode ficar tranquilo. Não há perigo algum.
Tanto que depois dessa, ainda tentei ficar de pé várias e várias outras vezes, até pegar o jeito. No fim das contas, já estava até conseguindo remar um pouco, usando as instruções do Mauro. E pasmem! Eu só caí nessa primeira tentativa, nas outras, consegui manter o equilíbrio mesmo com todo mundo brincando de fazer ondas na água. Tô me achando!
Para provar que eu não fui o único a me arriscar na prática, tá aí uma foto do Júnior que mandou muito bem também.
Mas no meio do caminho tinha uma corredeira…
Apesar de ser um rio calmo em 99,9% do trecho em que a gente “navegou”, há algumas corredeiras pelo caminho. Não chega a ser, assim, um rafting. Mas dá um friozinho na espinha.
Os guias vão orientando onde é o melhor lugar para atravessar e ensinam: “sigam remando para dar estabilidade ao caiaque”. Eu, obviamente, tinha ficado para trás, brincando de stand-up. Então logo na primeira corredeira, lá fui eu pelo lugar errado e erguendo os remos no ar.
Tibum! Lá fui eu para dentro d’água de novo! Só que dessa vez, com as águas mais mexidas, o caiaque também virou. E tive um pouco de trabalho para conseguir subir em cima dele.
Antes de começar o passeio, os guias avisaram. Se alguém cair na água e houver algum perigo, a gente vai estar do lado para ajudar. Se a gente não estiver por perto, é porque está tudo tranquilo.
Bem, quando eu emergi, dei de cara com o Mauro do meu lado, praticamente me segurando! Bem, isso quer dizer que, naquele momento, houve algum perigo, né? Ele me ajudou a segurar o barco e quando dei por mim, já estava a uns bons 100m da corredeira, já em trechos de água mansa de novo.
Minha mochila estava bem presa onde deveria estar, meu colete estava no lugar, o capacete também… Mas e meus óculos??? Bem, as águas do Rio Novo levaram-no para sempre. Tinha custado caro o danado, e eu tinha um certo apreço por ele.
Afinal, ele foi uma das lembranças que eu trouxe de Foz do Iguaçu, quando participei do BlogTurFoz. Na época, eu também tinha perdido o meu antigo Ray-Ban justamente num passeio de caiaque durante a trilha do Poço Preto. Daí, para não ficar sem óculos, tinha aproveitado uma pechincha no Duty Free em Puerto Iguazu, no lado argentino (depois de tentar comprar no Paraguai sem sucesso porque tinha torrado todo o meu dinheiro em outras “muambas” e tinha esquecido de autorizar meu cartão de crédito para compras no exterior).
Dá próxima vez que for andar de caiaque, já sei: vou sem óculos escuros!
E para quem gostou dessa aventura, o Fábio, do blog Viagens Cinematográficas, preparou um vídeo muito maneiro, mostrando como foi nosso segundo dia no Jalapão. Confira:
E veja nossos outros posts sobre essa viagem:
O que tem para conhecer no Jalapão
Como é o acampamento da Korubo
Dia 1
Canyon Sussuapara
Dia 2
Andando (e caindo) de Caiaque
Dunas Douradas
Dia 3
Fervedouros do Jalapão – águas onde é impossível afundar
Cachoeira da Formiga
Artesanato de Capim Dourado em Mateiros
Dia 4
Trilha na Serra do Espírito Santo ao Por do Sol
Dia 5
Cachoeira da Velha e Prainha
Dia 6
Praça dos Girassóis em Palmas – TO
Nosso compromisso com nossos leitores e por transparência estará assegurado durante todo o evento. Apesar do patrocínio para a viagem, teremos total liberdade de contar nossas experiências para vocês, independentemente se elas forem boas ou ruins. Sem essa garantia, não teríamos topado o desafio.
Não fiz nem 1/10 do que você aprontou e virei mesmo assim… kkkkk… Mas é isso aí, no filme tem um trecho que todo mundo fica jogando água em você e tu continua lá de pé no caiaque, firme e forte!!! rs. Mas o lance do óculos foi mesmo uma pena. Adorei o post, como sempre, uma história muito bem contada. Abs.
Valeu Fábio. Definitivamente, no próximo passeio de caiaque vou sem sem óculos escuros… kkkkk
Abração.
Pena que não tem imagem da sua cara de decepção quando perdeu o óculos…kkkk
“Pooooo…perdi o óculos do mesmo jeito.”
Também foi um dos meus passeios preferidos!!!
Abração
Não tem vídeo e não tem foto. Ainda bem! Assim posso romancear os fatos… kkkkk
Ri alto lendo esse post. Essa imagem da galera chegando e te cercando para te derrubar ficou épica! hahahaha
Só tenho uma coisa a comentar sobre o óculos: as más influências realmente prejudicam as pessoas. Lembro que falei “Ah Gleiber, relaxa! Não precisa amarrar o óculos, ele não vai cair,” Ahãm. kkkkkkk
Bjooo
Foi você quem me falou isso? kkkkkkkk Mas mesmo assim eu tentei amarrá-los. Foi culpa sua não, fui eu que não consegui mesmo! kkkkkkk