Conhecer aquelas gigantescas estátuas carrancudas de pedra é a prioridade de todo mundo que vai à Ilha de Páscoa. E não vou fazer pouco caso, elas realmente valem a viagem. Só que além delas, Rapa Nui guarda uns lugarzinhos pitorescos que pouca gente cita. São mais simples, claro, mas se você curte história, cultura e antropologia, não pode deixar esses sítios de turismo arqueológico fora da sua expedição.
Caverna Ana Te Pahu
Óbvio que a gente passou uns lugares batidos, erramos a entrada aqui e ali, ficamos sem bateria para tirar fotos em outros… Mas não dá para reclamar, o nosso planejamento para essa viagem tinha sido simplesmente seguir as indicações dos mapas que ganhamos lá mesmo.
Já vocês que acompanham o nosso blog não vão passar pelos mesmos perrengues, não é mesmo?
Ana Kai Tengata
Esta caverna fica bem pertinho do centrinho da Ilha de Páscoa, Hanga Roa. Dá até para ir à pé. De fato, há uma trilha bem sinalizada de 2:30h que passa pelas principais atrações da costa oeste, de Tahai (complexo de moais e ahus) até Orongo (onde há um vilarejo Rapa Nui reconstruído e uma cratera de vulcão – em breve aqui no blog).
Mas o que tem essa caverna de interessante? Boa pergunta.
Se não fossem as placas indicativas avisando que há pinturas de arte rupestre nela, juro que não iria notar. Na verdade, o Sandro até hoje não conseguiu enxergar os desenhos em “tinta” branca e laranja no teto.
Há especulações de que aqui aconteciam rituais de canibalismo relacionados à cerimônia do homem-pássaro. No fim das contas, o mais legal aqui é mesmo a linda paisagem do entorno.
Papa Vaka
Esse sítio de arte rupestre é o mais grandiosos de toda a Ilha de Páscoa. Não pode passar batido de quem queira praticar o turismo arqueológico. Só que era fim de tarde e eu já estava podre de cansado da nossa caça aos moais (contei que a gente havia passado a noite no voo, praticamente sem dormir?). Detalhe: até a bateria da máquina fotográfica já tinha arriado.
A gente tinha esquecido de carregar as baterias tirado tantas fotos de ahus destruídos, que eu já estava meio descrente. Decidi então esperar dentro do carro enquanto o Sandro foi lá ver se o lugar valia a pena.
Meia hora depois ele volta com umas vinte fotos tiradas do celular dizendo: “- Já fotografei tudo. Nem precisa ir lá”. Confiante de que ele estava me poupando de umas pernadas desnecessárias, seguimos adiante.
Quando chegamos no hotel, tive um troço! “Sandro, esse lugar era muito legal! Como é que você não me avisou para eu descer do carro?” E ele bem calmo: “A gente volta lá amanhã, mas vou avisando: a placa diz que tem um monte de desenhos na pedra, mas a gente olha para a pedra e não vê nada!”.
Resultado: a gente acabou não voltando. E parece que ele estava, dessa vez, dizendo a verdade. A erosão e o vandalismo apagaram a maioria dos símbolos esculpidos na rocha. Vale pelas marcas de freada que simbolizam uma canoa gigante (tem que ter imaginação, gente!).
Te Pito Kura – o umbigo do mundo
Esse merece um post exclusivo só para contar a nossa saga até conseguir visitar o lugar. Foi muito comédia. Mesmo. Mas para que esse post não fique incompleto, vou botar aqui a imagem e a explicação.
Essas pedras são, supostamente, magnéticas. Segundo a cultura Rapa Nui, representam o centro do cosmos, do mundo, do universo. Chega! Não vou contar mais para não estragar a história. Quer matar a curiosidade? É só ler lá no post.
Puna Pau
Aqui é o lugar de onde se extrai a rocha vermelha usada como matéria prima para fazer o pukao (o chapeuzinho dos moais). O caminho é bem sinalizado, mas bem que a estrada podia ser melhorzinha, né?
Chegando lá, há uma trilha com placas explicativas indicando a rocha matriz, os pedaços arrancados de pedra vermelha que iam ser esculpidos e alguns pukao semi-acabados.
Do alto do monte dá para se ter uma linda vista de Hanga Roa e do mar.
Foi ali que demos a nossa primeira carona, a duas gurias chilenas. Depois vimos que esse hábito é relativamente comum, pois conhecemos vários turistas que vão percorrendo as atrações um pouco a pé, um pouco com a ajuda da galera motorizada.
Ana Te Pahu
Esse sim é legal. Mas procure com atenção, pois a gente quase passou batido pela entrada certa do lugar. Ana Te Pahu é um complexo de cavernas IMENSO. Não é muito profundo e há várias “janelas” para a superfície. Portanto, mesmo os claustrofóbicos podem conhecê-las tranquilos.
Você entra na primeira caverna (tem uma escada) e vai andando, andando e andando (sei lá, 1-2km?) enquanto imagina quantas famílias viviam ali nos tempos remotos.
Em alguns pontos, o teto do túnel de pedras desmoronou e formou verdadeiros jardins subterrâneos graças a entrada de luz e chuva. Acredita-se que os povos antigos usavam essas partes para plantar ou criar animais perto de “casa”.
Ana Kakenga
Indicação no mapa, plaquinha na beira da estrada, mirante com banquinhos novos… Tudo indicava que aqui havia alguma coisa de interessante para ver. Àquela altura da viagem “Ana”, para nós, era apenas um lindo nome de mulher.
Banquinhos no mirante de Ana Kakenga
Então tiramos umas fotos das ilhas em frente (afinal, deve ser delas que o mapa estava falando) e que nem ficaram boas, porque o Sol estava bem diante de nós.
As ilhas mesmo nem são essas. A foto contra o Sol ficou tão ruim, que nem dá para enxergar nada.
Acontece que “Ana” significa caverna (aaaaaaahn….) e, portanto, a gente passou batido da atração. Tá vendo o que dá andar por aí sem guia? Também conhecida como caverna das duas janelas (pesquisei por aí e parece que a entrada é um buraquinho pequeno no chão), parece que é o lugar onde a heroína do filme “Rapa Nui” fica aprisionada durante a guerra entre os clãs de orelhas curtas x longas.
Você não viu o filme ainda? Tá esperando o quê? Veja o trailer:
Museu Antropológico
Estávamos na Ilha de Páscoa entre 16-19 de Setembro, EXATAMENTE o feriadão das festas pátrias chilenas.
Sabem o que isso significa? Que o museu esteve fechado durante todo o período que estivemos por lá. Ao menos foi isso que nos informaram. Uma pena, porque parece ser bem interessante. É rapidinho para visitar, pertinho do complexo Tahai, a uma caminhadinha de 20min a partir do centro de Hanga Roa.
Se você for à Ilha de Páscoa compartilhe com a gente aqui embaixo nos comentários como é o Museu!
Serviço
Museu Antropológico P. Sebastian Englert
Site oficial: http://www.museorapanui.cl/Inicio/
Horários: Terça-Sexta: 09:30h – 17:30h Sábado, Domingo e Feriados: 09:30h – 12:30h
Fechado nas Segundas
Preço: $ 1.000,00 (pesos chilenos) ou US$ 2,00
Quer conhecer mais da Ilha de Páscoa? Visite nosso índice clicando no banner abaixo:
Demais!!!
Curti a foto com as legendas: “Canoas, Tartarugas, Andarilhos do Mundo”.
Abração meu Brother!!!
Bem fácil de reconhecer, né? Nem precisava de legenda! kkkkkkk
Hahahaha, muito bom o relato!
Curioso pra saber qual é a do “umbigo do mundo”.
Abraços!
Cara… Só posso adiantar uma coisa, foi muito “esotérico”! kkkkkk
Estive no museu na semana passada, sinceramente o acervo exposto é bem pequeno e não tem nenhum moai grande exposto por lá. O ponto alto são cartazes que contam a história da ilha e seus costumes. No final achei muito instrutivo e gostei muito, foram US$ 2,00 bem gastos.
Valeu pela dica, Edson! Depois quando você publicar no seu blog sobre o museu, avisa para eu colocar o link aqui!
Gostei da visita ao museu. Há até um “moai feminino” lá dentro…rs
Assistir ao filme Rapa Nui antes de ir também foi bom.
Lá, adivinha qual o filme em cartaz em um cineminha? Olhei para o que seria e entrada do cinema e não levei fé de que havia um cinema ali. Era noite, e o cinema estava fechado. Mas o cartaz do filme Rapa Nui estava lá.
Que legal. Ir ao museu é uma coisa que a gente ainda vai fazer quando, um dia, voltarmos a Rapa Nui.
Gleiber, estou indo pra Ilha de Páscoa agora em junho e por isso fico procurando informações sobre a ilha na internet. De longe as melhores informações e dicas, encontrei aqui no seu blog. Muito bem escrito e com ótimas imagens e talz.
O que não encontro de jeito nenhum, e talvez você possa me ajudar, é: quanto em média devo levar para ficar de 14 à 18 de junho, e qual moeda levar: dólar, peso chileno ou real?
Espero que possa quebrar essa pra mim.
Mais uma vez parabenizo pelo blog.
Abraço,
Junior
Eu também fiquei justamente 4 dias. Tirando a hospedagem, gastamos exatamente 400.000 pesos chilenos. Compre dólares no Brasil para levar e se puder trocá-los por pesos chilenos no centro de Santiago, beleza. Mas lembre-se sempre de pesquisar em ao menos 3 casas de câmbio diferentes para ter um orçamento! Se não der, leve dólares mesmo, que eles normalmente aceitam. Quando viajamos, sempre sacamos dinheiro nos caixas eletrônicos usando a função crédito conforme vamos precisando de cash. Achamos mais prático e evita de ficarmos andando com dinheiro vivo o tempo todo. Mas esta não é necessariamente a opção mais barata.
Cara, vc gastou 400 mil pesos chilenos, ou seja por volta de 1700 reais fora a hospedagem, por 4 dias? Poxa vida mas acho que vai ficar muito caro pra eu poder viajar pra lá… 🙁
Oi Cristiano,
De fato, a Ilha de Páscoa é cara mesmo!
Abraços.
É meu sonho conhecer a Ilha, foi amor a premeira vista mesmo, leio tudo respeito e sempre encontro algo novo. O misiticismo aliado a beleza do local e a hospitalidade dos nativos fazem deste lugar, um sonho que algum dia queria muito realizar…
Tenha fé e fique de olho nas promoções de passagem aérea. Quem sabe um dia você não realiza o seu sonho? Abração.
Adorei o depoimento. Estou com a passagem comprada para setembro, certamente levarei essas dicas comigo.
Abraços.
Adorei ler tudo, é muito lindo e mágico, sonho em um dia poder viajar pra lá , há muito tempo venho vendo fotos e lendo reportagens , quem sabe um dia eu consiga realizar meu sonho e possa também contribuir.
Quer uma dica? Fique de olho nas promoções das companhias aéreas (a LAN, neste caso). Quando aparecer a oportunidade, agarre. É um sonho que também realizamos…
Olá Gleiber,
O blog de vocês é bacanéééérrimo! Parabéns!
Esclareceu ‘quase’ todas as dúvidas. Vocês foram em setembro e pegaram frio?? Tem várias fotos que as pessoas estão encapotadas… Como é o clima? Tem horário que é mais frio? Pegou algum calorão? Vou agora em maio…
Gratidão pelas dicas, parabéns pela escolha do passeio, só não ficou legal vcs chamarem os moais de ‘trambolho’, desculpe. As fotos estão MARAVILHOSAS! Um abraço.
Oi Cíntia,
Lá dá uma esfriadinha quando chove e principalmente nas partes mais altas, porque o vento é muito forte (daí pegamos esses casacos corta-ventos!). Não fez calor quase nunca. O clima lá é meio parecido o ano todo, entre 15 e 25 graus.
Sério que eu chamei os moais de trambolho? kkkkk Tinha esquecido disso.
Abraços e muuuuuito obrigado pelos elogios (e também pelas críticas, por que não?)